27 de fevereiro de 2010

1ª Jornada de Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento - Agosto 2009

Confira algumas fotos da 1ª Jornada de Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento, que ocorreu em agosto de 2009:








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25 de fevereiro de 2010

Reflexão sobre o livro “O Sorriso Etrusco”, José Luis Sampedro (Editora Martins Fontes)


por Suely Satonarque

Senhor Roncone, velho sábio, enigmático, sereno e voluptuoso de Roccasera (interior da Itália), segue para Milão em busca de tratamento para sua
rusca, nome que batizou sua doença (rusca= furão - fêmea, grande buraco).
No percurso ao lado de seu filho Renato, que conduzia o carro, às vezes conseguia adormecer e quando acordado observava a paisagem.
Renato observa o pai e reflete sobre a separação de ambos (pai e filho): cresceu, foi à procura de outros caminhos, construiu família, seguiu em outra direção e ao dirigir os olhos para o pai percebe que neste afastamento sentiu a ausência de seu semblante, sua fisionomia, do amparo do seu genitor.
Ao chegarem ao apartamento, o velho conhece o seu neto Bruno – Brunetinho – e a partir daí a pouca/muita vida que lhe resta fica recheada, alimentada e preenchida pelos encontros inusitados, único, diferente e fora do comum com seu neto.
Nesses encontros lhe foi permitido descobrir e iniciar a extensão da comunicação intergeracional, narrando sua existência, transmitindo para o pequeno Bruno a sua história de vida, as suas experiências, a intensidade de seus saberes conquistados que habita sua psique pelo tempokaíros, e seu corpo pelo seu tempo kronos. Isto é, reinventou, construiu, mudou a trajetória alterando e admitindo as divergências.
Etruscos
Os Etruscos eram um aglomerado de povos que viveram na península Itálica na região a sul do rio Arno e a norte do Tibre, então denominada Etrúria e mais ou menos equivalente à atual Toscana, com partes no Lácio e a Úmbria. Eram chamados Τυρσηνοί, tyrsenoi, ou Τυρρηνοί,tyrrhenoi, pelos gregos e tusci, ou depois etrusci, pelos romanos; eles auto-denominavam-se rasena ou rašna (fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre).
Suely Tonarque
15.02.2010

17 de fevereiro de 2010

Recomendações do Consórcio Europeu Sobre Doença de Alzheimer


Recomendações do Consórcio Europeu sobre Doença de Alzheimer (European Alzheimer Disease Consortium, EADC) para a investigação na doença de Alzheimer
A demência é hoje considerada a maior ameaça ao envelhecimento normal para o grande grupo de europeus idosos, e o principal responsável pelos custos nos sistemas de saúde e de segurança social, tendo sido apresentadas estimativas preocupantes da prevalência futura da demência. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência. O curso natural da doença é visto como uma deterioração funcional ao longo de uma série de marcos clínicos começando com o Defeito Cognitivo Ligeiro (DCL), progredindo nos estádios intermédios da doença com uma perda gradual de actividades instrumentais e básicas de vida diária, e o aparecimento de problemas comportamentais conduzindo à doença terminal em lares e incapacidade grave. Os custos relacionados com a demência têm um enorme impacto nos sistemas de saúde e de segurança social. O custo anual total da demência nos países da União Europeia (UE) é estimado em 84 biliões de € (no mundo inteiro 256 biliões de €).
O EADC é uma rede presentemente com 52 Centros de Excelência na Europa dedicados à investigação na área da doença de Alzheimer, vocacionados para o diagnóstico precoce e o tratamento. O EADC constitui um ambiente privilegiado no sentido de aumentar o conhecimento científico básico e desenvolver formas de prevenir, retardar ou melhorar os sintomas da doença de Alzheimer. Vários projectos de investigação financiados pela UE estão em curso na rede EADC. O EADC foi fundado em 2001 graças a um projecto da UE. No entanto, o futuro do EADC é neste momento incerto devido à falta de um financiamento de fundo.
Apraz-nos verificar que a investigação da doença de Alzheimer é agora uma prioridade na Europa. A iniciativa Swedish Brain Power, com financiamento nacional durante 5 anos, foi seguida por grandes esforços na França e na Alemanha, estabelecendo centros de investigação multidisciplinares de translação. Na Alemanha, o primeiro ministro Angela Merkel disponibilizou 66 milhões de € por ano e em França o presidente Nicolas Sarkozy 1.4 biliões de € durante 5 anos com o mesmo objectivo. O EADC tentará convencer os outros países membros a seguirem este exemplo. O president Sarkozy considerou durante a sua presidência da UE o aumento do financiamento da investigação na doença de Alzheimer um dos tópicos primeiros na sua agenda.
Numa reunião recente em Montpellier, França, acordámos nas seguintes recomendações para as prioridades na investigação da doença de Alzheimer:
  • PREVENÇÃO
  • Intervenção e educação em relação a factores de risco conhecidos
  • Grandes estudos de intervenção
  • DIAGNÓSTICO PRECOCE
  • Desenvolvimento e validação de novos marcadores biológicos
  • Marcadores pre-sintomáticos de ressonância magnética e imagem funcional (tomografia de emissão de positrões)
  • Identificação dos estádios pre-sintomáticos da doença
  • Colaboração europeia em larga escala no rastreio genético
  • DEMÊNCIA DE INÍCIO PRECOCE
  • Colaboração na UE para obter cortes de grande dimensão
  • Validação de biomarcadores como sinais muito precoces de doença
  • Investigação na assistência a doentes com demência de início precoce e às suas famílias
  • ESTANDARDIZAÇÃO
  • Critérios de diagnóstico harmonizados
  • Instrumentos de avaliação harmonizados
  • ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
  • Identificação de novos alvos medicamentosos
  • Início de ensaios clínicos em fases precoces da doença
  • Terapêutica não-farmacológica e sua avaliação
  • INVESTIGAÇÃO DE TRANSLAÇÃO
  • Investigação no sentido de melhorar a aplicação dos achados da investigação básica à prática clínica
  • Implementação e validação de novos tratamentos para melhorar a qualidade de vida nos doentes e cuidadores
  • SISTEMAS DE CUIDADOS DE SAÚDE
  • Definição de "qualidade de vida"
  • Optimização da qualidade da prestação de tratamento e suporte para os doentes e os cuidadores nos vários níveis de prestação de cuidados
  • ÉTICA E ECONOMIA DA SAÚDE
  • Ética da investigação clínica
  • Definição de custo-efectividade
Comissão Executiva do EADC (em representação de todos os membros do EADC) Bruno Vellas (Presidente) Bengt Winblad (Co-presidente)
e outros membros da Comissão Executiva: Giovanni Frisoni, Lutz Frölich, Peter Johannsen, Gunilla Johansson, Patrick Kehoe, Simon Lovestone, MarcelOlde-Rikkert, Emma Reynish, Pieter J Visser
Fonte:

Divulgação Científica: Genética do envelhecimento


Genética do envelhecimento

8/2/2010
Agência FAPESP – Cientistas europeus anunciaram neste domingo (7/2) a descoberta de mutações genéticas associadas com o envelhecimento em humanos. O grupo analisou mais de 500 mil variações genéticas espalhadas pelo genoma para identificar as mutações, que se encontram próximas ao gene chamado Terc.
A novidade foi publicada na revista Nature Genetics. Nilesh Samani, professor de cardiologia da Universidade de Leicester, no Reino Unidos, um dos coordenadores da pesquisa, explica que há duas formas de envelhecimento.
A primeira é o envelhecimento cronológico, isto é, a quantidade de anos vividos, e a segunda é o biológico, no qual as células de um indivíduo são mais novas (ou mais velhas) do que sugere a idade real.
“Há cada vez mais evidências de que o risco de doenças associadas à idade, entre as quais problemas no coração e alguns tipos de câncer, está mais intimamente ligada à idade biológica do que à idade cronológica”, disse Samani.
“Estudamos estruturas chamadas telômeros, que são partes do cromossomo. Indivíduos nascem com telômeros de determinado comprimento e em muitas células eles encolhem à medida que envelhecem e que as células se dividem. O comprimento do telômero é, por conta disso, considerado um marcador do envelhecimento biológico”, explicou.
O grupo de cientistas observou que as pessoas com variantes genéticas específicas tinham telômeros mais curtos e eram biologicamente mais velhas.
“Dada a associação entre telômeros mais curtos com doenças relacionadas à idade, os resultados da pesquisa levantam questões sobre se tais indivíduos que têm uma determinada variante têm risco mais elevado de desenvolver tais doenças”, apontou Samani.
As mutações identificadas estão próximas ao gene Terc, que já se sabia ter uma papel importante na manutenção do comprimento dos telômeros. “O que nosso estudo sugere é que algumas pessoas são geneticamente programadas para envelhecer mais rapidamente”, disse Tim Spector, professor do King's College London e coordenador da pesquisa.
“Esse efeito se mostrou mais acentuado nos indivíduos com as variantes, que apresentaram o equivalente a três ou quatro anos de envelhecimento biológico conforme medido pela perda no comprimento dos telômeros. Essas pessoas podem envelhecer ainda mais rapidamente quando expostas a situações que se mostraram prejudiciais aos telômeros, como fumo, obesidade ou falta de exercícios físicos”, disse.
O artigo Common variants near TERC are associated with mean telomere length (DOI:10.1038/ng.532), de Nilesh Samani e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Genetics em www.nature.com/naturegenetics.

Fonte:
Agência FAPESP