15 de fevereiro de 2011

Perda de audição pode estar ligada a demência entre idosos

DA FRANCE PRESSE

As pessoas mais idosas com problemas de surdez podem ter uma probabilidade maior de sofrer demência e esse risco aumenta à medida que a perda auditiva se agrava, segundo uma investigação divulgada nesta terça-feira.
Cientista da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, em Maryland, realizaram o estudo com 639 pessoas, com idade entre 36 e 90 anos, que não sofrem de demência.
Os participantes do estudo foram inicialmente submetidos a estudos para avaliar seu funcionamento mental e suas capacidades auditivas, de 1990 a 1994.
Depois foi realizado um acompanhamento até o final de maio de 2008 e eles foram avaliados novamente para determinar se sofriam de Alzheimer ou de outras formas de demência.
Do total dos analisados, 125 estavam afetados com uma leve deficiência auditiva, 53 estavam moderadamente surdos e seis deles padeciam de uma importante perda auditiva.
Durante um exame realizado em um período médio de 11,9 anos, os autores do estudo, publicado na edição de fevereiro da revista médica americana "Archives of Neurology", diagnosticaram 58 casos de demência, entre os quais 37 com Alzheimer.
Eles estabeleceram uma correlação entre o envelhecimento, a perda da audição e o aumento do risco de senilidade.
Desta forma, entre os participantes de mais de 60 anos, 36,4% do risco de demência estavam vinculados a uma perda da audição, indica a pesquisa.
Além disso, o risco de desenvolver Alzheimer aumenta 20% para cada dez decibéis de perda de capacidade auditiva.
"Inúmeros mecanismos poderão teoricamente ter um papel que explica a observação de um vínculo entre a surdez e a demência", destacou Frank Lin, principal autor destes trabalhos.
Um certo número de casos de demência poderá ser diagnosticado sem motivo entre as pessoas surdas ou indivíduos poderão ser considerados surdos sem motivo. Mas as duas patologias poderão resultar de um processo neuropatológico comum.
"No fim, a perda da audição pode estar vinculado à demência possivelmente em consequência de um esgotamento das capacidades mentais e do isolamento social ou e uma combinação de ambos", afirmaram os autores destes estudos.

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