18 de novembro de 2012

Nucleo Ger-ações de Acompanhamento Terapeutico


A Ger-Ações é uma OSCIP fundada em 2007 formada por profissionais de diferentes áreas preocupados com a questão do envelhecimento. Através de ações e pesquisas participam ativamente no cuidado e na construção de uma nova imagem para a velhice.

A associação busca promover a educação continuada da população idosa e dos profissionais atuantes na área, além de participar em eventos de divulgação e promoção de políticas e ações dirigidas a este público, considerando os desafios que a urbanização e a expansão demográfica trazem para a velhice na contemporaneidade.

A semente deste trabalho começa em 2001 com um grupo de estudos sobre Envelhecimento e Psicanalise coordenado pela Professora Delia Catulo Goldfarb, também convidada nesta mesa. Futuramente este grupo se vincula ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da PUC-SP e passa a ser co-coordenado pela professora Ruth Gelehrter da Costa Lopes. A proposta contemplava a leitura e debate de textos teóricos sobre psicanálise, envelhecimento e a discussão de casos clínicos. O grupo era constituído por psicanalistas, gerontólogos e ats.

Começa a surgir uma demanda por profissionais que se dispusessem a acompanhar idosos e familiares nas mais diferentes situações. O grupo começa a refletir sobre como fazer AT com idosos. A escuta das questões do envelhecimento e da finitude seriam diferentes das questões dos outros ATs? O AT como uma função clínica sustentada pela escuta psicanalítica se sobressaiu: não haveria uma modalidade específica de acompanhamento terapêutico no envelhecimento.

Hoje, o Núcleo de Acompanhamento Terapêutico no Envelhecimento dentro da associação ger-ações trabalha e reflete a respeito da prática e da teoria deste campo relativamente novo que é o do acompanhamento terapêutico de idosos. Todos estes anos de trabalho serão contemplados no lançamento do livro “Travessias do tempo: Acompanhamento Terapeutico e Envelhecimento” em 2013 pela editora Casa do psicólogo.

O filme “La maison em petits cubes” (2008) do diretor japonês Kunio Katô  foi escolhido para disparar o debate desta mesa pela sensibilidade e delicadeza com que retrata o tema do envelhecimento e das perdas mas também das mudanças e possibilidade de novos projetos dentro de realidades ressignificadas.

A escolha de uma psicanalista, uma antropóloga e um geógrafo foi no sentido de fomentar a discussão da questão do espaço, essencial para a reflexão acerca do envelhecimento, invocada de forma poética no filme. Espaço do corpo que se transforma, espaço psíquico de lugares trocados, visitados, revisitados e deixados para trás, espaço do encontro com o outro, espaço no social e no coletivo, espaço urbano da circulação dos idosos em nossas cidades. 
Que território para os velhos ocuparem hoje? Que lugar para ocuparmos amanhã? Como é possível acompanhar os projetos individuais e coletivos frente a tantas mudanças? 

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