A Ger-Ações é uma OSCIP fundada em 2007 formada por
profissionais de diferentes áreas preocupados com a questão do envelhecimento.
Através de ações e pesquisas participam ativamente no cuidado e na construção
de uma nova imagem para a velhice.
A associação busca promover a educação continuada da população
idosa e dos profissionais atuantes na área, além de participar em eventos de
divulgação e promoção de políticas e ações dirigidas a este público, considerando
os desafios que a urbanização e a expansão demográfica trazem para a velhice na
contemporaneidade.
A semente deste trabalho começa em 2001 com um grupo de estudos
sobre Envelhecimento e Psicanalise coordenado pela Professora Delia Catulo
Goldfarb, também convidada nesta mesa. Futuramente este grupo se vincula ao Programa de Estudos Pós-Graduados em
Gerontologia da PUC-SP e passa a ser co-coordenado pela professora Ruth
Gelehrter da Costa Lopes. A proposta contemplava a leitura e debate de textos
teóricos sobre psicanálise, envelhecimento e a discussão de casos clínicos. O
grupo era constituído por psicanalistas, gerontólogos e ats.
Começa
a surgir uma demanda por profissionais que se dispusessem a acompanhar idosos e
familiares nas mais diferentes situações. O grupo começa a refletir sobre como
fazer AT com idosos. A escuta das questões do envelhecimento e da finitude
seriam diferentes das questões dos outros ATs? O AT
como uma função clínica sustentada pela escuta psicanalítica se sobressaiu: não
haveria uma modalidade específica de acompanhamento terapêutico no
envelhecimento.
Hoje, o Núcleo de Acompanhamento Terapêutico
no Envelhecimento dentro da associação ger-ações trabalha e reflete a respeito
da prática e da teoria deste campo relativamente novo que é o do acompanhamento
terapêutico de idosos. Todos estes anos de trabalho serão contemplados no lançamento
do livro “Travessias do tempo: Acompanhamento Terapeutico e Envelhecimento” em
2013 pela editora Casa do psicólogo.
O filme “La maison em petits cubes” (2008)
do diretor japonês Kunio Katô foi
escolhido para disparar o debate desta mesa pela sensibilidade e delicadeza com
que retrata o tema do envelhecimento e das perdas mas também das mudanças e
possibilidade de novos projetos dentro de realidades ressignificadas.
A escolha de uma psicanalista, uma
antropóloga e um geógrafo foi no sentido de fomentar a discussão da questão do
espaço, essencial para a reflexão acerca do envelhecimento, invocada de forma
poética no filme. Espaço do corpo que se transforma, espaço psíquico de lugares
trocados, visitados, revisitados e deixados para trás, espaço do encontro com o
outro, espaço no social e no coletivo, espaço urbano da circulação dos idosos
em nossas cidades.
Que território para os velhos ocuparem
hoje? Que lugar para ocuparmos amanhã? Como é possível acompanhar os projetos
individuais e coletivos frente a tantas mudanças?
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