CONQUISTA DE ESPAÇOS

No mês de julho, querendo descansar sossegada depois de uma temporada muito conturbada decidi ir num SPA próximo de São Paulo. O lugar é muito bonito, com infraestrutura muito adequada e com um cardápio saudável de até 1200 calorias diárias para quem não quer fazer dieta.
Oferece bons tratamentos estéticos e belas massagens relaxantes. Porém.... sempre há um porém não é? Neste caso o lamentável foi não poder fazer a hidroginástica pois os jovens professores utilizam música TECNO (no volume máximo) para animar os alunos, transformando a aula numa prova de sobrevivência para nosso sistema auditivo.
A maioria das pessoas de mais de 40 anos se sentiam muito incomodadas com isso e desistiam da atividade.
As caminhadas programadas acompanhadas de professor de Ed. Física, também tinham um ritmo difícil de ser acompanhado por idosos. E não havia outras alternativas.......
Tentei negociar com o diretor do lugar, mas não achei muita receptividade, já que -segundo ele mesmo argumentou- a população é principalmente de jovens obesas que se identificam com a música tecno. Também argumentou que a música “mais animada” é fundamental para manter o pique da aula, mas, se é esse o motivo, porque não usar um frevo por exemplo em ao menos um dos horários diários de hidro?
Sem dúvida o SPA é um negócio e como tal deve ter lucro, mas parece que muitos investidores deste setor ainda não entenderam que os idosos somos uma fatia importante do mercado e como tais merecemos sermos ouvidos em nossas necessidades e preferências.
Decidi tentar formar grupos de amigos adultos e idosos para freqüentar estes lugares e assim pressionar para termos atividades adequadas a nossa faixa etária e gostos.Parece que além de ocupar os espaços públicos, vamos ter de nos mobilizar para ocupar alguns espaços privados multigeracionais.