8 de outubro de 2013
5 de junho de 2013
'Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?'
"Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado".
Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...".
Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela." "Cê não tem nenhuma?" "Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?" "Isso."
"Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar." "E aí?!" "Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: Entra'. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação'."
Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. "Olha a data aí no cantinho, embaixo." "1º de junho de 1988?" "Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?"
24 de dezembro de 2012
16 de dezembro de 2012
Sentir-se solitário aumenta risco de demência
Sentir-se solitário aumenta risco de demência
Site Medical News Today
Igualmente incluído em: Saúde Pública ; Idosos / envelhecimento
Data do artigo: 11 de dezembro de 2012 - 0:00 PST
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Sentindo-se solitário ligados ao risco aumentado de demência mais tarde na vida
Sentindo-se solitário ligados ao risco aumentado de demência mais tarde na vida
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Mas aqueles que vivem não só em risco aumentado, mostra estudo
Sentindo-se solitário, diferente de ser / estar sozinho, está associada a um risco aumentado de desenvolvimento dedemência mais tarde na vida, indica pesquisa publicada no Journal of Neurosurgery Neurologia e Psiquiatria.
Vários factores são conhecidos por estarem associados ao desenvolvimento da doença de Alzheimer , incluindo a idade avançada, condições médicas subjacentes, genes, a cognição diminuída, e a depressão , segundo os autores.
Mas os impactos potenciais de solidão e isolamento social - definidos como viver sozinho, não ter um parceiro / cônjuge, e ter poucos amigos e interações sociais - não têm sido estudadas para qualquer grande medida, dizem eles.
Isto é potencialmente importante, dado o envelhecimento da população e do número crescente de agregados familiares individuais, eles sugerem.
Eles, portanto, analisaram a saúde de longo prazo e bem-estar de mais de 2000 pessoas, sem sinais de demência e de viver de forma independente por três anos.
Todos os participantes estavam a tomar parte no estudo de Amsterdã do Idoso (AMSTEL), que é olhar para os fatores de risco para demência, depressão, e maior do que as taxas de mortalidade esperadas entre os idosos.
No final deste período, a saúde mental e bem-estar de todos os participantes foi avaliada utilizando uma série de testes validados. Eles também foram interrogados sobre a sua saúde física, a sua capacidade de realizar suas tarefas habituais, e especificamente perguntou se sentia só. Finalmente, foram formalmente testado quanto a sinais de demência.
No início do período de monitoramento, cerca de metade (46%; 1002), os participantes foram viver sozinho e metade eram solteiros ou não casados. Cerca de três em cada quatro disseram que não tinham apoio social. Cerca de um em cada cinco (pouco menos de 20%; 433) disse que se sentiu solitário.
Entre aqueles que morava sozinha, cerca de um em 10 (9,3%) haviam desenvolvido demência, depois de três anos, em comparação com um em 20 (5,6%) dos que viveram com os outros.
Entre aqueles que nunca se casou ou não eram mais casados, proporções similares desenvolvido demência e permaneceu livre da doença.
Mas entre aqueles sem apoio social, um em cada 20 tinham desenvolvido demência em comparação com cerca de um em 10 (11,4%) dos que tinha isso para voltar a cair.
E quando ele veio para aqueles que disseram que se sentiu solitário, mais que o dobro de muitos deles haviam desenvolvido demência, depois de três anos, em comparação com aqueles que não se sentem assim (13,4% em comparação com 5,7%).
Outras análises mostraram que aqueles que estavam sozinhos ou que já não eram casados entre 70% e 80% mais chances de desenvolver demência do que aqueles que viviam com os outros ou que se casaram.
E aqueles que disseram que se sentiam sós eram mais do que 2,5 vezes mais chances de desenvolver a doença. E isto se aplica igualmente a ambos os sexos.
Quando outros fatores influentes foram levados em conta, quem disse que eles eram só ainda estavam 64% mais propensos a desenvolver a doença, enquanto outros aspectos do isolamento social não teve impacto.
"Estes resultados sugerem que os sentimentos de solidão independentemente contribuir para o risco de demência mais tarde na vida", escrevem os autores.
"Curiosamente, o fato de que" se sentindo solitário "do que" estar só "foi associado com o início de demência sugere que não é a situação objetiva, mas, sim, a ausência percebida de vínculos sociais que aumenta o risco de declínio cognitivo," eles adicionar.
Eles sugerem que a solidão pode afetar a cognição e memória, como resultado da perda de uso regular, ou que a solidão pode ele próprio ser um sinal de demência emergente, e quer-se uma reacção de comportamento à cognição diminuída ou um marcador de não detectadas alterações celulares no cérebro.
Artigo adaptado por Medical News Today de imprensa original. Clique na guia "referências" acima para fonte.
Visite o nosso Alzheimer / demência seção para as últimas notícias sobre este assunto.
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1 de dezembro de 2012
COMENTARIOS SOBRE “LA MAISON EN CUBES”
COMENTARIOS SOBRE “LA MAISON EN
CUBES” APRESENTADO NO CONGRESSO INTERANCIONAL DE AT. NOVEMBRO DE 2012-12-01
DELIA
CATULLO GOLDFARB
A
primeira impressão foi de uma emoção profunda... os comentários no You tube são
dos mais variados, desde a questão climática até a solidão humana.
Mas,
de acordo a minha trajetória e temas de interesse, fui identificando esta obra de arte com a
questão da memória e da construção subjetiva da história vivencial....
Este
senhor gosta daquele cachimbo e por ele se arrisca a uma procura talvez perigosa.... mais vai enfrente.... e
logo acha seu objeto precioso.. então
ele poderia voltar e continuar com sua vida solitária, sua TV, seu vinho.....
Mas
parece que o fato de ter mergulhado num
passado recente onde achar objetos não é tão difícil, o empurra para procuras mais profundas..... vê uma
porta e a abre.
Neste
ponto lembrei dos ensinamentos de Freud sobre a questão da memória.
Este
tema tem um grande destaque na obra freudiana.
No
Projeto de 1895, afirma que qualquer teoria sobre os processos psicológicos que
se pretenda séria deve conter uma explicação sobre a memória.
Freud
considera o aparelho anímico, fundamentalmente, como um aparelho de memória.
Também
identifiquei o filme com o ponto de vista arqueológico na obra freudiana.
E
em uma conferencia sobre as causas da histerias em 1896 faz uma elaborada
analogia entre o processo psicanalítico
e a investigação arqueológica, onde se procura através das camadas de terra encobridoras, aquilo que foi
sepultado.
O
que este senhor faz é um verdadeiro trabalho arqueológico. Ele não mexe com
camadas de terra, mas vai se aprofundando e penetrando em camadas de agua para
encontrar os objetos que falam de sua história e provocam as lembranças de
momentos significativos de sua existência.
Jean
Laplanche em 1981 fez uma palestra que se chamou A PSICANALISE: HISTORIA OU
ARQUEOLOGIA? Onde diz que na Psic. partimos
de símbolos, reminiscências, lembranças, sintomas, sonhos, lapsus, enfim, de
uma serie de fenômenos que muitas vezes são considerados sem importância, verdadeiros descartes da
vida cotidiana.
Laplanche
observa que entre a arqueologia moderna e a psicanalise -que nasceram mais o
menos na mesma época- existe um elemento comum que é esse interesse pelos desperdícios....
e que ambas outorgam a mesma importância aos restos ou cacos coletados como a
um objeto qualquer conservado intato.
Na
psicanalise partimos de símbolos mnêmicos
aos que acedemos por 2 vias complementarias, a via histórica e a
arqueológica, sendo a via arqueológica a
exumação dos vestígios materiais
deixados pelo passado.
Ao lado desta via arqueológica, de
exumação, está a via histórica, a via da
reconstrução, da sínteses do passado, do estabelecimento de conexões
significativas, de conexões causais.
Voltarmos para o passado
não é uma atividade qualquer, como um passatempo que pode ser substituído por
qq outra coisa. Resgatar objetos do passado é construir novos vínculos, tecer
uma nova trama, uma nova unidade.
Neste
processo os objetos encontrados guardam a lembrança do passado, mas mobilizam
as experiências e emoções de todo o tempo transcorrido desde que o objeto foi
abandonado.
Mas
a simples recordação não leva à cura.
Este
é o trabalho de HISTORIZAÇÃO, ou
seja, construir uma história,
estabelecer laços, fazer associações, construir sentidos ou seja ELABORAR.
Essa
reminiscência (a lembrança que provoca efeitos no presente) deve ser
reintegrada, deve ser assumida, ou seja SIMBOLIZADA.
A
historia não é um simples relato de acontecimentos passados.
Historizar
significa entrar na historia.
A
historização fala do presente. Fala de como esse passado constrói o presente.
O
objeto do passado não vale nada se não tiver uma releitura no presente se não
servir para construir uma nova relação.
No
filme, o senhor leva a taça à superfície e serve o vinho para ele e sua esposa
ausente. O objeto cria historia no presente......
O passado não é pura marca mnêmica do vivido, é uma construção desejante
que se ordena – da mesma forma que o futuro – de acordo com os anseios,
esperanças e fantasias. História não é resgate, é construção que usa como
material privilegiado os desejos do sujeito.
Para a
psicanálise, a história é formada por aqueles pontos de encontro ou balizamentos
onde o vivido se reencontra, não como foi vivido, mas como deve ser lembrado em
relação ao que no momento, no presente, da recordação move o desejo.
É por
isso que sempre são possíveis novas interpretações para o mesmo fato.
O que
vem a demonstrar que jamais é o mesmo fato.
Estas infinitas combinações de vestígios de
memória formam uma espécie de memória plural, em que cada vestígio vai assumir
seu valor de acordo com o lugar que ocupe na rede de memória; e só podem
existir nesta rede (Pontalis, 1999).
O
passado é historizado quando há identificação do fato atual com o fato passado, constituindo-se um fato único por
abolição do tempo na emoção.
O acontecimento novo é necessário para que aquele do passado adquira sua
significação dentro da trama.
Ele
já estava lá, mas também não estava pois nada significava se não era lembrado,
se não estava dentro do tecido da memória significante.
A
história só é o passado quando pode se atualizar no presente.
Por
isso não interessa qual é a história de alguém, quando considerada em termos
biográficos de coisas vividas.
A
história que interessa é a dos fatos significativos da existência, que será a
história do desejo
É a partir do presente que experiências
inscritas como marcas mnêmicas são modificadas, recuperadas e resignificadas,
produzindo o atual sob a forma de acontecimentos significativos, crises, lutos
sucessos ou fracassos.
Piera Aulagnier sustenta que a possibilidade de
construção histórica é o que permite esclarecer a ligação existente entre a
emoção atual e aquela outra, correlata, que acompanhou uma experiência no
passado.
Quando, ante algum estímulo
presente e sob os efeitos de alguma emoção, as pessoas lembram de qualquer fato
do passado, geralmente referem-se a isso dizendo que sentiram-se iguais à
ocasião em que tal fato aconteceu. A partir daí, uma série de coisas que
pareciam definitivamente esquecidas serão lembradas, construindo-se um sentido
anteriormente ignorado
É como se existissem balizas a
orientar o caminho da construção histórica, referências aguardando para serem
reencontradas, cuja existência antes desconhecida pode agora constituir uma
lembrança marcante. É aquilo que se encontra sem se procurar, a lembrança que
irrompe como emoção reconhecida. Embora possam se reencontrar muitos destes
pontos que balizam um caminho, contudo, este jamais poderá ser percorrido em
toda sua extensão e complexidade.
Estas balizas constituem pontos de partida a partir dos
quais uma história pode ser contada.
Constituem um “fundo de memória”, que, sempre que
acionado, protege contra o desinvestimento, constituindo nosso passado.
O trabalho do ATI
tem muito a ver com isto. O idoso é um sujeito que por ter vivido muito
tempo, vê seu horizonte de futuro se reduzir dia a dia.
No futuro reduzido e no corpo fragilizado, não cabem
muito projetos que o desejo ainda mobiliza. Então o idoso se volta ao passado
como forma de afirmação narcísica. Como se dissesse: O tempo passa, me resta pouco tempo de vida, mais ainda existo e tenho
uma história.
Mas essa historia, frequentemente precisa de ajuda para
ser reconstruida e resignificada e o trabalho de exumação de objetos pode ser
tão doloroso que as vezes parece melhor deixa-los no plano do esquecimento, da negação.
O at como um operário da construção
subjetiva, acompanha no caminho da procura pelos tijolos que vão
construir uma nova moradia onde a satisfação e o desejo continuem possíveis.
18 de novembro de 2012
Participação Ger-acoes no Congresso Internacional de Acompanhamento terapeutico
Delia Goldfarb (Psicanalista) e Rosa Lopez (antropóloga) comentaram o filme "La maison en petits cubes" em mesa organizada pelo Ger- acoes no Congresso Internacional de Acompanhamento Terapeutico que aconteceu em Sao Paulo dias 15, 16 e 17 de novembro de 2012.
Nucleo Ger-ações de Acompanhamento Terapeutico
A Ger-Ações é uma OSCIP fundada em 2007 formada por
profissionais de diferentes áreas preocupados com a questão do envelhecimento.
Através de ações e pesquisas participam ativamente no cuidado e na construção
de uma nova imagem para a velhice.
A associação busca promover a educação continuada da população
idosa e dos profissionais atuantes na área, além de participar em eventos de
divulgação e promoção de políticas e ações dirigidas a este público, considerando
os desafios que a urbanização e a expansão demográfica trazem para a velhice na
contemporaneidade.
A semente deste trabalho começa em 2001 com um grupo de estudos
sobre Envelhecimento e Psicanalise coordenado pela Professora Delia Catulo
Goldfarb, também convidada nesta mesa. Futuramente este grupo se vincula ao Programa de Estudos Pós-Graduados em
Gerontologia da PUC-SP e passa a ser co-coordenado pela professora Ruth
Gelehrter da Costa Lopes. A proposta contemplava a leitura e debate de textos
teóricos sobre psicanálise, envelhecimento e a discussão de casos clínicos. O
grupo era constituído por psicanalistas, gerontólogos e ats.
Começa
a surgir uma demanda por profissionais que se dispusessem a acompanhar idosos e
familiares nas mais diferentes situações. O grupo começa a refletir sobre como
fazer AT com idosos. A escuta das questões do envelhecimento e da finitude
seriam diferentes das questões dos outros ATs? O AT
como uma função clínica sustentada pela escuta psicanalítica se sobressaiu: não
haveria uma modalidade específica de acompanhamento terapêutico no
envelhecimento.
Hoje, o Núcleo de Acompanhamento Terapêutico
no Envelhecimento dentro da associação ger-ações trabalha e reflete a respeito
da prática e da teoria deste campo relativamente novo que é o do acompanhamento
terapêutico de idosos. Todos estes anos de trabalho serão contemplados no lançamento
do livro “Travessias do tempo: Acompanhamento Terapeutico e Envelhecimento” em
2013 pela editora Casa do psicólogo.
O filme “La maison em petits cubes” (2008)
do diretor japonês Kunio Katô foi
escolhido para disparar o debate desta mesa pela sensibilidade e delicadeza com
que retrata o tema do envelhecimento e das perdas mas também das mudanças e
possibilidade de novos projetos dentro de realidades ressignificadas.
A escolha de uma psicanalista, uma
antropóloga e um geógrafo foi no sentido de fomentar a discussão da questão do
espaço, essencial para a reflexão acerca do envelhecimento, invocada de forma
poética no filme. Espaço do corpo que se transforma, espaço psíquico de lugares
trocados, visitados, revisitados e deixados para trás, espaço do encontro com o
outro, espaço no social e no coletivo, espaço urbano da circulação dos idosos
em nossas cidades.
Que território para os velhos ocuparem
hoje? Que lugar para ocuparmos amanhã? Como é possível acompanhar os projetos
individuais e coletivos frente a tantas mudanças?
6 de novembro de 2012
A utopia da melhor idade
A utopia da melhor idade- palestra do historiador Leandro Karnal no Café Filosófico
Com o impacto das técnicas de manutenção da juventude artificial, qual seria o desdobramento de um corpo “sempre jovem” para uma alma que vê o envelhecimento como apodrecimento sem significado?
Quando somos jovens buscamos independência e sabedoria, mas, quando a alcançamos estamos velhos e desejamos de volta o vigor da juventude. Será que passamos a vida esperando pela idade em que seremos plenamente felizes?
Quando somos jovens buscamos independência e sabedoria, mas, quando a alcançamos estamos velhos e desejamos de volta o vigor da juventude. Será que passamos a vida esperando pela idade em que seremos plenamente felizes?
Neste Café Filosófico, o historiador Leandro Karnal fala sobre a utopia da idade perfeita. Karnal analisa os valores associados à juventude em diversos períodos da história e nos mostra os novos significados que juventude e velhice assumem no mundo de hoje. Essa recorrente insatisfação, em todas as idades pode ser sintoma de nossa incapacidade de viver o presente.
Assista a palestra completa no link:
http://www.cpflcultura.com.br/2009/12/01/integra-a-utopia-da-melhor-idade/
23 de outubro de 2012
Palestra sobre idosos e atividades de lazer
Nesta segunda dia 29 de outubro farei uma palestra no CRECI@ Rua Formosa, 215 - Vale do Anhangabaú - Embaixo do Viaduto do Chá, sobre minha dissertação de mestrado "A expectativa dos usuarios a respeito de dispositivos do SUAS que oferecem atividades para idosos". É as 3 30h.
Katia Cherix
Katia Cherix
II Encontro de assistencia multiprofissional ao idoso
Local: Lar Madre Regina
Rua Cabo João Teruel Fregoni, 115, Guarulhos tel 24220017
8 de novembro das 13h as 17h
Inscrições gratuitas pelo email primeiroeami@gmail.com
Rua Cabo João Teruel Fregoni, 115, Guarulhos tel 24220017
8 de novembro das 13h as 17h
Inscrições gratuitas pelo email primeiroeami@gmail.com
19 de outubro de 2012
Em 2013 a Ger- Ações promovera o curso Psicogerontologia: Fundamentos e Perspectivas coordenado por Delia Catullo Goldfarb que contara com a colaboração de conceituados professores da especialidade.
Fiquem atentos às novidades, programação, matriculas, etc que serão fornecidas na divulgação a partir de novembro.
Fiquem atentos às novidades, programação, matriculas, etc que serão fornecidas na divulgação a partir de novembro.
14 de outubro de 2012
Participação Ger-açoes no Congresso Internacional de Acompanhamento Terapeutico novembro de 2012 em São Paulo
Polifonia: As diversas vozes do AT
VII Congresso Internacional, VIII Ibero-americano e III Brasileiro de Acompanhamento Terapêutico
Ouvindo Vozes - "Territorialidade,
envelhecimento e etnografia - conversas com acompanhamento terapêutico"
Coordenação: Equipe Ger-Ações – Pesquisas e Ações em
Gerontologia
Roberta Elias Manna
Katia Cherix
A ideia deste encontro é
contar com a contribuição de outras áreas ao acompanhamento terapêutico, a
partir de uma conversa mais livre e aberta, disparada pelo filme “La maison en
petits cubes” (o link: http://www.youtube.com/watch?v=0V9BYAZP3yU )
Delia
Catullo Goldfarb
Psicanalista e Gerontóloga. Professora de
Psicogerontologia (UNIFESP). Diretora fundadora da GER- AÇÕES. Assessora em
Políticas Públicas. Membro da ABRAz, SBGG, REDIP. Autora dos livros “Corpo,
Tempo e Envelhecimento”, disponível em www.geracoes.org.br, e
“Demências” publicado pela Ed. Casa do Psicólogo, e de numerosos artigos no
Brasil e no exterior.
Que águas são essas que vão cobrindo a
história de um sujeito? As possibilidades dos encontros com objetos, que não
são lembranças – já que esquecidos –, mas que constroem recordações pois
procurados. Que objeto perdido é esse que incita ao mergulho profundo? Difícil
é achar o cachimbo de cada um...
Rosa
Maria Monteiro López
Antropóloga, Bacharel em Ciências Sociais (USP),
Mestre em Antropologia Social (USP), Doutoranda em Saúde Coletiva (Universidade
Federal de São Paulo).
Partindo
de ideias suscitadas pelo curta-metragem de animação “La Maison en petits
cubes”, criado e realizado pelo japonês Kunio Katô, pretende-se explorar
possíveis contribuições da antropologia e das ciências humanas para pensar
mensagens artisticamente representadas na obra. Os eventos e presenças que
compõem cada história de vida, conforme se fixam e se reconstroem nos retratos
e em nossas lembranças, são experiências pessoais e sociais que nos tornam quem
somos, assim como podem preencher de vida as ausências ocasionais ou
persistentes trazidas pelo tempo. Em objetos, pertences, espaços, disposições,
práticas, podemos entrever significações culturalmente compartilhadas e também
contribuições particulares ao sentido que atribuímos ao “nosso” mundo. É desse
universo tão particular e tão social que se propõe tratar.
Pablo Ibañez
Geógrafo, Bacharel em Geografia (UNICAMP), Mestre e
Doutor em Geografia Humana (USP).
A globalização e o desenvolvimento tecnológico
imprimem um acelerado ritmo aos indivíduos, incitando uma vertigem sem
precedentes. Passa-se a ideia de que o mundo está em nossas mãos ou de que as
possibilidades são infinitas ao passo em que se abre uma enorme clareira, a
privação de um momento de lentidão, sobretudo no que tange a reflexão. Quem
sabe esse não seja o grande valor do envelhecimento? Com base em empirias sobre
aspectos populacionais, focando nas causas e consequências do aumento do número
de idosos, pretendemos dar um dimensionamento das diferenças e semelhanças
desse instigante processo mundial.
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